Honda e:Ny1 elétrico: B-SUV compacto, 412 km WLTP, premium, seguro e versátil O atual panorama automóvel tem vindo a alterar-se a um ritmo galopante, ora caminhando no sentido da eletrificação, ora da hibridização, com cada marca a revelar uma estratégia própria - que, no caso da Honda, foi mais demorada no caminho da eletrificação, também para desenvolver a tecnologia e compreender para onde o mercado e a legislação convergiam. O Honda e:Ny1 - o segundo elétrico da marca - surge como uma proposta convincente no segmento dos B-SUV compactos e elétricos, onde compete diretamente com modelos como o Hyundai Kauai Electric e o Kia Niro EV. Nesta review, como em qualquer outra, testei o Honda para comprovar o press release, mas também a experiência a bordo de um modelo importante para a marca. E fi-lo em estradas urbanas e autoestradas, com o e:Ny1 a revelar-se uma opção deveras interessante para famílias pequenas e condutores urbanos que valorizam a praticidade diária, sem comprometer as preocupações ambientais. O modelo foi desenvolvido sobre a nova plataforma e:N, exclusiva para os veículos elétricos da marca, e combina uma estética moderna num formato mais coupé, com puxadores traseiros ocultos que simulam um modelo de duas portas. Nos dias de hoje, lançar um novo modelo e conseguir que este seja esteticamente cativante não é fácil, mas o Honda e:Ny1 consegue esse feito. Discreto e elegante, com uma linha de cintura elevada e flancos suaves, apenas interrompidos por alguns vincos subtis nas portas e pelas cavas das rodas em preto. No cômputo geral, apresenta um layout com toques premium, sem excessos. Falar de um Honda e questionar a qualidade de construção e dos materiais não faz sentido. Este modelo surge com plásticos suaves e acabamentos mais premium, o que transmite uma perceção - que mais tarde se comprova - de durabilidade e robustez. Outro destaque vai para a insonorização eficaz, elevando o conforto a níveis próximos dos modelos premium. Esse resultado deve-se também a um desenvolvimento apurado por software - e confesso que cada vez aprecio mais a tecnologia que os automóveis modernos incorporam. Uma curiosidade menos conhecida é que o e:Ny1 é o primeiro modelo da marca totalmente construído e otimizado para ser elétrico, com uma distribuição de pesos ideal, o que contribui para uma autonomia mais consistente em condições reais e proporciona uma experiência de condução desportiva e envolvente, sendo esta solução facilmente experienciável. O sistema de carregamento também foi otimizado para manter uma taxa média mais elevada durante o processo de carga, e a integração de inteligência artificial surge através do sistema Honda SENSING - que utiliza radares, sensores e câmaras com algoritmos de IA - para reforçar a segurança proativa, com funções como o assistente de manutenção na faixa de rodagem e o cruise control adaptativo, melhorando a usabilidade em cenários de trânsito reais. O comportamento e o conforto superam as expetativas. O primeiro, porque a Honda soube capitalizar o seu know-how para um SUV que não adorna muito, com uma afinação correta da direção, peso e sensibilidade necessários; e o segundo, porque a marca quis privilegiar o conforto. A Honda demonstra que continua a saber construir bons automóveis, mas, sobretudo, automóveis que combinam qualidade, fiabilidade e bom comportamento dinâmico. Em Portugal, o preço inicia-se nos 54 750 euros, com uma autonomia WLTP de 412 km. Em condições reais, consegui valores entre 250 e 315 km, dependendo dos modos de condução utilizados (Eco, Normal e Sport). Disclaimer As análises a qualquer modelo são efetuadas por Jorge Farromba, com textos “humanos” e originais, sustentados em fontes verificáveis da marca, como press releases e documentos oficiais de apresentação. Incluem também dados reais e comprováveis, resultantes do ensaio efetuado pelo autor, descrevendo a sua opinião sobre o veículo em teste. De acordo com dados das consultoras Nielsen e Edelman, 70% dos consumidores confiam mais em recomendações de terceiros - especialistas, influenciadores ou pares - e 82% são mais propensos a comprar com base nestas análises do que em comunicações oficiais das marcas. Por vezes, o artigo serve de base para a criação de um podcast interativo gerado por IA e disponibilizado no Spotify e nas respetivas redes sociais. Jorge Farromba