HABITAÇÃO Como aquecer a casa neste inverno? Manter o equilíbrio entre o conforto térmico da casa e despesas sustentáveis é tarefa difícil e que obriga a escolhas Frio, geada, gelo, chuva e humidade. Eis a meteorologia para os próximos meses, que obriga a escolher a melhor forma de manter o calor e o conforto dentro de casa. “Dezembro será chuvoso, frio e com possibilidade de queda de neve na época das festas”, prevê o climatologista Mário Marques. A previsão de tempo frio, com o inverno climático já a decorrer, obriga a otimizar o conforto térmico, sem descurar os gastos com a conta da eletricidade. Promover um ambiente confortável “não é tarefa difícil e há pequenos truques que podem ajudar”, aponta o climatologista. “Calafetar portas e janelas, trocar a caixilharia das janelas por vidros duplos e PVC, que tem um custo de EUR220 na medida padrão de 1,20 metros”, aponta. “Mas não é preciso trocar todas”, aconselhando a “substituir apenas as que estão viradas a leste e a norte, de onde chegam os ventos frios”. Telhado, teto, paredes, chão, janelas e portas devem ser os “principais focos de isolamento”, recomenda a Deco. Se um bom isolamento estiver fora do orçamento, há a possibilidade de outros remédios . Verificar portas e janelas para perceber se há locais onde o frio se pode infiltrar e utilizar fita de calafetagem e rolos compridos de tecido com enchimento, os tradicionais “chouriços”. Outra dica “é beneficiar do efeito estufa, ou seja, nos dias de sol descer estores e persianas, para que o calor se concentre e crie uma barreira ao frio”, acrescenta o especialista. No mercado há sistemas inteligentes de aquecimento, “como os equipamentos de radiação, os convetores, que podem ser programados para ligarem duas horas antes de chegar a casa e que depois de desligados continuam a emitir calor”. “Importante”, mesmo nos dias frios, é “a ventilação das casas, porque não é saudável respirar sempre o mesmo ar”, alerta. Outra solução são “as lareiras com recuperador e ventilador de calor, pois numa hora aquecem a sala e duas horas depois a temperatura já chega aos quartos, o que possibilita manter a casa quente, com temperaturas de 20°C”. No mercado, uma tonelada de lenha de azinho, eucalipto ou pinho varia entre os EUR90 e os EUR135. Equipamentos como o ar condicionado são apontados como os mais eficientes, e a Associação de Defesa do Consumidor calcula consumos “de 1 kWh, a EUR0,19, o que fará o consumidor gastar EUR24 por mês, embora o custo da eletricidade seja variável”. Se passa muito tempo à secretária e ao computador, a ver televisão, mas não quer ligar um aquecedor, uma manta a cobrir as pernas aumenta o conforto térmico. Já os pequenos aquecedores a óleo ou ventiladores podem consumir muita energia. Ligados durante 10 horas representam um gasto diário de EUR4. O ideal é fazer as contas, incluindo caldeiras ou pisos radiantes, e ver quanto dinheiro tem para gastar em conforto. Dados do portal KuantoKusta, um comparador de preços, mostram que a procura por equipamentos de aquecimento no último mês aumentou 120%. As fortes descidas de temperatura estão a levar os portugueses a investir em desumidificadores, aquecedores e sensores de temperatura e humidade, com as vendas a atingirem uma média de cerca de EUR142 por pedido. Porém, Mário Marques lembra que os desumidificadores “não precisam de trabalhar todos os dias, basta utilizá-los uma a duas vezes por semana”. Um dos aparelhos mais procurados, segundo o KuantoKusta, é o aquecedor Smart, da Xiaomi, com um preço médio de EUR115. “É evidente que os consumidores portugueses, além de precisarem de aquecer as suas casas, procuram conforto e equipamentos que se ajustem às suas necessidades”, conclui André Duarte, diretor comercial daquele portal. E lembra que aquele artigo possibilita “controlar remotamente o aquecimento da casa, através de uma app, e possui termóstato para que o aquecedor regule a potência consoante a temperatura ambiente, levando a um maior conforto em casa e a uma poupança de energia assinalável”. As perspetivas de André Duar te são que, com a descida das temperaturas, a chegada das geadas e da neve, se continue a registar um “aumento do investimento em artigos de climatização”. economia@expresso.impresa.pt Telhado, teto, paredes, chão, janelas e portas devem ser os principais focos do isolamento, segundo a Deco O frio já chegou e as primeiras neves também.com o inverno à porta, é hora de pensar em manter a casa quente calor dentro, frio na rua FOTO D.R. AMADEU ARAÚJO