CASAS NOVAS À VENDA AUMENTA 150% EM ABRIL | O JORNAL ECONÓMICO
2023-04-28 14:12:40
O aumento é explicado "pelo compasso de espera que os proprietários fizeram ao aguardar pelas medidas do Governo, que se junta ao duro aumento das prestações dos créditos verificadas em março", adianta o cofundador. Se o boom das vendas no mercado imobiliário aconteceu no ano passado, as ofertas verificaram uma estagnação. No entanto, as novas medidas do Governo apresentadas no passado mês de março levaram a que os proprietários colocassem casas novas à venda em abril. De acordo com os dados da imobiliária digital imovendo, as casas novas colocadas à venda há menos de um mês dispararam 150% nas duas primeiras semanas de abril, quando em comparação com o mesmo período de janeiro de 2023. Dos 750 utilizadores da plataforma, 58% revelou ter colocado o respetivo imóvel no mercado há menos de um mês, sendo que no início do ano, 23,2% tinham feito o mesmo. "No início do segundo trimestre do ano, notámos um aumento de cerca de 150% no peso de novos imóveis colocados no mercado diretamente pelos proprietários, quando comparado com os valores do trimestre passado", explica Miguel Mascarenhas, cofundador da imovendo. O aumento é explicado "pelo compasso de espera que os proprietários fizeram ao aguardar pelas medidas do Governo, que se junta ao duro aumento das prestações dos créditos verificadas em março", adianta o cofundador. A imobiliária aponta ainda que a perceção de rentabilidade do investimento imobiliário caiu significativamente no primeiro trimestre do ano. O número de proprietários a considerar a venda dos imóveis menos vantajosos tem crescido, tendo passado dos 8,9% em janeiro para 11,1% em abril. "Do lado mais otimista, no início do ano 86% dos inquiridos consideravam que a venda da casa seria um investimento vantajoso ou muito vantajoso. Esse valor baixou para 78% nas primeiras semanas de abril. A perceção de bom investimento deverá continuar a diminuir ao longo do ano, principalmente com a escassez de novos imóveis, o aumento dos custos com a construção, acrescendo, claro, aumento do valor das prestações de crédito", acrescenta o responsável. Inês Pinto Miguel