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ARTES PLASTICAS - NOVA EXPOSIÇÃO DE MIGUEL RIO BRANCO

Jornal de Notícias

2024-12-02 06:00:06

É a primeira mostra individual deste artista plástico brasileiro em Portugal Curadora Miguel Rio Branco (BR, 1946) é um dos mais relevantes nomes das artes visuais do Brasil, sendo global o reconhecimento da sua obra. “Self-portraid of nowhere” é a sua primeira exposição individual em Portugal e nela o artista apresenta obras de diferentes períodos que se consubstanciam na instalação “Out of nowhere”, um espécie de palimpsesto, um exercício de justaposição, na forma de uma grande instalação em que exibe projeções fotográficas, recortes de jornais, cacos de espelhos ou retalhos de tecido. A justaposição e o caos desenvolvem-se como uma quase biografia, partindo o autor para um processo de desconstrução da imagem e da narrativa. Filho de diplomata, Miguel Rio Branco acaba por nascer na Europa e estudar nos EUA, onde se interessou pela fotografia autoral, começando a ligar um registo mais documental com uma forte carga poética, privilegiando cenas de violência e sensualidade, marcadas pelo uso dramático da cor e da luz. Na exposição, patente na Zet Gallery, evidencia-se o processo de desconstrução/ construção da imagem que o artista inicia a partir da criação da instalação “Out of Nowhere”, em 1994 para a 5a Bienal de La Habana, momento em que deixa de apresentar o seu trabalho por séries. Na síntese dos vestígios das séries das décadas de 1970 e 1990, “Maciel” e “Academia de Boxe Santa Rosa”, “Out of nowhere” é a expressão máxima da plasticidade complexa de Miguel Rio Branco e da sua inscrição do que o Barroco também designa como “arte total”. Depois de dezenas de exposição individuais e coletivas, um pouco por todo o mundo e, atualmente, a viver em Araras, no Brasil, Miguel Rio Branco traz-nos um pouco da sua obra e da sua história, trazendo-nos um tanto do muito que viu e de como desconstruiu a memória para inscrever a sua obra na intemporalidade. “Self-portraid of nowhere” ZET GALLERY-BRAGA__________ ATÉ II DE JANEIRO DE 2025 Desconstruir memória e inscrever-se na intemporalidade Helena Mendes Pereira