O NOVO BAUHAUS EUROPEU
2023-05-15 08:34:06
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A sociedade contemporânea - com os múltiplos desafios que enfrenta, sejam as alterações climáticas, a escassez de recursos naturais ou o aquecimento global - tem agora uma nova oportunidade com o lançamento do Projeto Novo Bauhaus Europeu. Esta nova versão do pacto ecológico europeu, no âmbito da política de coesão da União Europeia, é um convite à mudança, a pensar em novas formas de encarar os desafios ecológicos e digitais. É um convite para mudarmos a forma como experienciamos esta nova realidade que está a transformar a nossa perceção do mundo. Passamos a olhar mais profundamente para o que nos rodeia. Vivemos um tempo em que é necessário ir ao encontro de soluções inovadoras, ideias empreendedoras e sustentáveis que respirem criatividade e arte. Portugal consta como o quinto país da União Europeia em situação de pobreza energética (Eurostat, 2020). As pessoas têm menos condições económicas para manter as casas devidamente aquecidas, sendo que a eletricidade continua a ser a principal fonte de energia consumida a nível nacional. Temos de ter a capacidade de sentir o mundo na sua originalidade, respeitar a sua natureza e de o compreender pelos sentidos. E é através da integração dos mecanismos automáticos de um espaço que simplifica o quotidiano das pessoas, conseguindo satisfazer as necessidades de segurança e conforto. O Projeto Novo Bauhaus Europeu é uma iniciativa que visa conceber novos modos de vida, a inclusão social, mobilizando um esforço coletivo para a construção de um futuro sustentável, criando uma ponte entre arte e cultura, a ciência e a tecnologia. Estamos perante uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida, dando privilégio às matérias sustentáveis, de simples funcionalidade, que acrescentam valor sem comprometer a necessidade do conforto e qualidade do nosso quotidiano. O Novo Bauhaus é, sem dúvida, um convite a experienciar conexões entre pensadores e empreendedores, que visa transformar as nossas vidas através da junção da arte e da ciência. Um dos fatores com maior peso para o facto de Portugal ocupar um lugar no topo da lista da pobreza energética, prende-se com a reduzida qualidade de construção dos edifícios. É urgente dar prioridade a edifícios mais sustentáveis, reabilitar e financiar medidas que promovam a reabilitação, a descarbonização, a eficiência energética, a eficiência hídrica e a economia circular, contribuindo para a melhoria do desempenho energético e ambiental dos edifícios existentes, para que haja uma redução significativa do consumo de energia primária nos edifícios intervencionados. Atualmente, um estilo de vida com mais conforto, mais sustentável e exclusivo, passa pela escolha de uma solução estética. A estética é balizada nos aspetos humanos e não pela correspondência com algum critério de beleza. Cada vez mais a sociedade exige soluções integradas nos domínios da criatividade, do belo, da cultura, da ciência e tecnologia, e as "cidades inteligentes" já crescem por todo mundo para ir ao encontro de alguns desafios, como controlo de resíduos, de iluminação pública LED, indicadores de qualidade de ar, nível de ruído, diferentes formas de mobilidade. No fundo, procurar soluções únicas, originais e especializadas que vão ao encontro das suas necessidades em edifícios a construir. Por isso, cabe a cada um de nós, como ser individual, optar por soluções técnicas mais inovadoras para que em sociedade se avance mais rapidamente com projetos e estratégias de proteção ao mundo que nos rodeia. Contribuir para o controlo dos consumos de energia na correta utilização dos recursos naturais, no bem-estar do indivíduo e na sociedade em que está inserido. Aproveitar o Novo Bauhaus para se investir e obter edifícios mais eficientes. Mudar a nossa perspetiva para a ótica de otimização de consumos, gastos energéticos mais controlados e de uma solução estética. Estamos a caminhar para ir ao encontro da aisthesis, a arte de sentir profundamente, para conseguirmos criar soluções que vão ao encontro do belo. E é só através da cultura, da arte, da poesia, da aposta no crescimento cultural, que as pessoas, empresas, cidades e países poderão crescer e inovar. É através da conexão do mundo da arte e da ciência que poderemos crescer, ser mais competitivos e ganhar valor económico. Carla Costa, diretora comercial da DTE